Travain A.S.A., Tardin. R.M.M, Lucca. J.A., Schuffner A. Jornal Brasileiro de Reprodução Assistida. v.15, n.5. p.82, 2011.
Apóstrês anos do Início da Clínica Conceber, surgiu a necessidade de complementar ao trabalho médico um olhar diferenciado para as intensas questões emocionais trazidas. Pensou-se na criação de um “Serviço de Psicologia”, cujo o principal objetivo seria de acolher os casais no todo seu sofrimento, ou seja, podendo atender as demandas físicas e psíquicas que envolvem este trabalho, permitindo uma condição mais favorável para que eles passassem no tratamento. Acostumados a conviverem com a solidão e com o estigma social, esta população vive seu sofrimento de forma reservada.
Lutar contra a infertilidade desperta muitos sentimentos, que se intensificam ainda mais com o passar do tempo, quando a espera torna-se um obstáculo cada vez maior. Por serem pessoas em busca exclusivamente de um tratamento médico, com enfoque dirigido para o corpo, as demais questões são evitadas a princípio. Deparamo-nos então com uma população de difícil acesso, onde muitas vezes a dor narcísica do não conseguir gerar imobiliza a todos a sua volta e cria resistências. A partir deste quadro pensamos e elaborando estratégias de trabalho, respeitando o íntimo de cada um, mas não deixando de apresentar a psicologia como mais um recurso para enfrenta reste momento.
A experiência favoreceu o enriquecimento de algumas ideias e possibilidades de atuação. Inicialmente foram utilizados questionários e um ciclo de palestras, com temas específicos, relacionados a infertilidade. Também se criou um trabalho multidisciplinar com todo a equipe, para trocas, reflexão, assim como a elaboração de textos referentes a questões amplas do ser humano, que são enviados quinzenalmente, com o intuito de “tocar” as pacientes, criando uma abertura para se aproximar de algumas questões, como: culpa ressentimentos, fantasias do não poder engravidar, sentimentos que envolvem a fertilidade, isolamento social, entre outros.
O trabalho mais próximo tem ocorrido através de um contato chamado “para a continuidade deste trabalho, damos início psicoterapia. Este é um trabalho que é construído dia a dia, enriquecido pela troca de médicos e psicológicos e pela experiência e reflexão constante, do que é possível e de qual a melhor forma de ajudarmos estes casais.
Resumo apresentado no XV Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida – Florianópolis, 2011.