Infelizmente, durante muitos anos, a crença de que a capacidade de engravidar uma mulher foi fortemente associada com uma maior virilidade do homem, enquanto a infertilidade estaria ligada à falta de masculinidade ou de virilidade. Como consequência, muitos homens, até hoje, preferem se negar a realizar os exames de fertilidade, como o espermograma, em conjunto com a mulher para identificar a causa da dificuldade de engravidar; outros, com traumas e medos mais críticos, até desistem do tratamento.
Essa atitude dificulta ainda mais a realização do sonho de ter um filho, e por isso essa associação entre fertilidade e virilidade precisa ser desfeita. O fato de um paciente do sexo masculino ser infértil deve ser tratado de maneira clínica, como um problema de saúde. Caso o paciente se recuse a ir para as consultas médicas e passar pelos exames, o fardo entre o casal acaba ficando até mais pesado, e, em muitos casos, o casal deixa de conversar e tentar chegar a uma solução.
Atualmente, os principais motivos que desencadeiam a infertilidade masculina são a varicocele (condição caracterizada pela presença de varizes escrotais que levam ao aumento da temperatura e comprometimento da formação e amadurecimento dos espermatozoides), infecções prostáticas, alterações genéticas e hormonais, lesões testiculares, torções testiculares, quimioterapia e uso de drogas.
É claro que receber o diagnóstico de infertilidade não é algo fácil, porém não há vergonha nisso. Juntos, o casal deve ter em mente que, para ter filhos, é necessário iniciar os tratamentos e buscar alternativas. O ideal é ter um acompanhamento psicológico, onde possam conversar, desabafar e atingir um maior autoconhecimento; isso ajuda no direcionamento do tratamento mais adequado para a infertilidade.