Novos aparelhos e testes de uso doméstico já fornecem resultados tão precisos que evitam uma experiência normalmente demorada e descrita com pouco entusiasmo: a visita a um laboratório.Alguns deles já conseguem replicar técnicas semelhantes às usadas nas clínicas, caso dos exames para aferir os níveis de colesterol e de glicose que aparecem nestas páginas. São executados em casa por aparelhos bem fáceis de manusear.
A pedido de VEJA, um grupo de médicos avaliou cinco desses testes caseiros mais utilizados no Brasil. De modo geral, eles passaram por avanços tecnológicos relevantes. O conjunto deles significou ganhos em praticidade – e, sobretudo, na exatidão dos resultados. Os especialistas chamam a atenção, no entanto, para certas limitações dos testes caseiros e afirmam: o médico deve sempre ser informado e dar orientações sobre os diagnósticos domésticos.
Fertilidade (para mulheres)
Objetivo: identificar o dia da ovulação – e, com isso, o período fértil, que costuma compreender as 72 horas anteriores e as 24 horas seguintes à ovulação;
Como funciona: nos dias próximos à ovulação, variações hormonais elevam as taxas de sal no corpo. É justamente o que o exame mede, por meio de uma amostra de saliva;
Onde avançou: indica quando será a ovulação com até quatro dias de antecedência. Os exames à base de urina (ainda hoje no mercado) dão a mesma informação, só que com antecipação menor, de apenas 48 horas – o que deixa a mulher um dia inteiro em período fértil sem saber disso;
Comentário dos especialistas: é cerca de 20% menos preciso do que os exames de sangue e ultra-som feitos em laboratório com o mesmo propósito. Mas estes últimos são indicados somente para mulheres com problemas de fertilidade, enquanto o teste caseiro ainda é a melhor opção para quem busca apenas acelerar a gravidez;
Preço: 150 reais (para seis meses)
Ela testou
Como havia levado quase um ano para engravidar do primeiro filho, a arquiteta Isabela Martins, 33 anos, recorreu ao teste de fertilidade. Queria acelerar sua segunda gravidez. “Interpretar os resultados exige algum tempo e atenção – mas, no final, o exame me ajudou.” Depois de três meses, ela espera gêmeos.
Especialistas consultados: os ginecologistas Alessandro Schuffner (da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida), David Pares (da Unifesp), Ivaldo Silva (da Unifesp) e Silvana Chedid (da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana).