Atualmente, a obesidade é uma problemática que vem crescendo no país e no mundo. Na realidade, já sabemos muito sobre algumas complicações que podem vir dessa condição, como hipertensão, diabetes, insuficiência cardíaca, entre outras. Contudo, como especialista da área de ginecologia e de reprodução assistida, devo alertar também para a interferência que o excesso de gordura corporal pode ter na fertilidade, principalmente na ovulação das mulheres.
Por ser uma condição que exige tratamento contínuo, é importante, antes mesmo de planejar a gravidez, obter um acompanhamento médico adequado e atencioso para cada caso. A obesidade é caracterizada pelo excesso de gordura no corpo, o que, por sua vez, desencadeia diversas mudanças fisiológicas e psicológicas no indivíduo. Essas mudanças são responsáveis pelas complicações que já conhecemos da doença.
Devido às mudanças fisiológicas, principalmente, é possível entender que existe uma relação entre obesidade e infertilidade, uma vez que são processos que acontecem no organismo e o modificam constantemente, ou seja, o corpo fica sobrecarregado. Assim, a condição pode interferir na concepção natural, inclusive levando riscos à gestante.
A mulher, por ser a maior responsável em gerar a vida, acaba sofrendo mais com os efeitos. Por conta dos altos níveis de insulina, resultantes da obesidade, os hormônios sexuais são alterados, e, com isso, fica mais suscetível à anovulação, que consiste em um problema para desenvolver folículos ovarianos nos ciclos menstruais. Além disso, durante a gravidez, a obesidade pode causar também a diabetes gestacional, oferecendo riscos para a mãe e para o bebê.
No caso dos homens, as alterações hormonais também acontecem, porém, tem menos interferência na fertilidade. Normalmente, há diminuição nos níveis de testosterona, acarretando diminuição da libido, e também aumento do nível de estradiol, interferindo na produção de espermatozoides.
Portanto, é fundamental cuidar da sua saúde, principalmente quando se está pensando em engravidar.