O útero é um órgão muscular oco em formato de pêra que apresenta uma variedade de funções, a exemplo da manutenção da gestação, da menstruação e do trabalho de parto. Anatomicamente, o órgão está localizado na pelve (bacia) feminina posteriormente à bexiga e anterior ao reto. A porção superior do órgão é conhecida por fundo uterino; a porção mais inferior, em direção à vagina, é conhecida por colo ou cérvix; a porção entre o fundo e o colo, corpo uterino; e o segmento mais estreito entre o corpo e o colo, dá-se o nome de istmo.
Estatisticamente, observa-se que a maioria das mulheres apresentam o útero na posição anteversoflexão (avf) sobre a bexiga urinária, porém não é incomum de observar casos de úteros retrovertidos, ou seja, fletidos para trás. Essa variação anatômica pode ser congênita, acompanhando a mulher desde o nascimento, ou ser adquirida ao longo da vida por alteração nas funções dos ligamentos que sustentam o órgão, pela presença de miomas ou focos de endometriose ou, ainda, pela mudança de posição durante o trabalho de parto.
A presença em si de útero retroverso não deve ser motivo para grandes preocupações, pois já se sabe que é apenas uma variação anatômica normal. Em contrapartida, observa-se que mulheres que apresentam útero com essa variação são mais propensas a desenvolver endometriose, que é quando o tecido uterino endometrial é deslocado da sua cavidade de origem para outro órgão ou região e passa a funcionar como um tecido funcionante. Nesses casos, sim, a mulher pode ser mais propensa a desenvolver infertilidade, pois a doença favorece um estado inflamatório crônico que dificulta a ovulação e/ou o desenvolvimento da gestação.
O diagnóstico de útero retrovertido é realizado de forma simples na própria consulta de rotina através de uma ultrassonografia transvaginal, de preferência. Nesse momento, a mulher deve ficar ciente que a condição propriamente dita não representa maiores riscos, mas, como abordado, merece uma atenção caso surjam sintomas adicionais que indiquem outras doenças ou condições clínicas.
O ano de 2021 foi um ano ainda atípico para todos que vivenciaram a experiência do isolamento necessário diante da pandemia do novo coronavírus. É difícil encontrar alguém que não tenha perdido um ente querido ou apresentado alguma dificuldade nesse contexto. Mas, com muita esperança e gratidão, chegamos até aqui, juntos, e temos motivos de sobra para comemorar e agradecer a vida, pois temos um ano que se inicia em um contexto social já um pouco mais diferente diante do cenário vivido nesses últimos 2 anos.