Dr. Alessandro Schuffner explica como mulheres podem adiar projeto família com segurança
Cada vez mais procurado por mulheres que pretendem adiar a gravidez, o congelamento de óvulos é também uma opção para mulheres diagnosticadas com câncer e querem ser mães. O médico especialista em Reprodução Assistida e responsável pela Clínica Conceber, em Curitiba, Dr. Alessandro Schuffner, explica que as abordagens são diferentes, mas eficientes em realizar o sonho da maternidade.
“A procura pelo congelamento social de óvulos está aumentando exatamente porque a mulher tem buscado uma carreira profissional, mais estudo, então ela acaba adiando a concepção. E sabendo que vai diminuir o potencial reprodutivo a partir dos 35, ela opta por congelar antes para o futuro porque ela não abre mão da gravidez com algo geneticamente relacionado a ela”, esclarece o profissional.
Outra aplicação importante do congelamento de óvulos é nos casos de mulheres diagnosticadas com câncer. “Quando a mulher está com diagnóstico de câncer, obviamente o oncologista e a própria paciente buscam a sobrevivência. Ela quer sair bem daquele tratamento. Tem medicamentos muito bons, só que alguns deles, dependendo da dose, vão prejudicar o potencial reprodutivo dessa mulher”, pondera o Dr. Schuffner.
O especialista defende que o procedimento de congelamento de óvulos seja levado em consideração por pacientes com câncer que desejam ser mães. “Obviamente naquele momento [do tratamento] ela não está tão preocupada com isso, mas é importante vir uma orientação médica porque no futuro ela pode precisar, caso ela entre na menopausa, no futuro não teria opção de engravidar com o próprio óvulo”.
Apesar de diferentes nos casos do congelamento social e de pacientes com câncer, o procedimento é possível e pode ser bastante simples, segundo o Dr. Alessandro Schuffner. “O procedimento do congelamento de óvulo, hoje em dia, principalmente no paciente com câncer, pode ser feito a qualquer momento. Então ela vai adiar uma quimioterapia, uma cirurgia, em duas semanas, ou seja, pouco tempo, não vai impactar no sucesso do tratamento do câncer dela”, garante.
“[O tratamento] começa a qualquer momento com um ultrassom transvaginal numa clínica de reprodução e ali usa o medicamento para produzir óvulos. Quanto mais óvulos, melhor. Claro que tem um teto, mas a gente busca um número maior de óvulos para ter uma taxa futura de gravidez maior. Numa paciente de congelamento social, que não tem pressa, a gente começa no período menstrual”, diferencia o médico especialista em Reprodução Assistida.
No caso de pacientes com DIU, não é necessária a retirada do dispositivo para congelar os óvulos, segundo o dr. Alessandro Schuffner. E a validade desses óvulos é eterna. “Do ponto de vista de Criobiologia, congelou, pode usar a qualquer momento. É a mesma coisa congelar um dia e usar no dia seguinte ou usar 10 anos depois. Não há um impacto negativo do tempo desse óvulo que está congelado”, tranquiliza o especialista.
Pacientes com óvulos congelados, porém, necessitam de uma avaliação médica no momento em que decidem conceber. “Caso ela tenha congelado o óvulo e apareceu alguma doença nesse tempo que ela está com óvulo congelado, mas o útero dela não pode engravidar mais, algum médico contraindicar, ela pode tentar um útero de substituição, que é regulamentado pelo Ministério da Saúde, pelo Conselho Federal de Medicina com uma série de normas que devemos seguir”, explica o dr. Alessandro.
Nos casos em que a mulher pode seguir com a gravidez o procedimento é bastante simples, segundo o especialista. “Não se usa mais medicamento injetável para produzir o óvulo, usa comprimido ou gel transdérmico para espessar o endométrio, a camada interna do útero, para receber o embrião. Então quando esse endométrio está bom, a gente estimula a progesterona no organismo dela, no dia seguinte descongela esse óvulo e usa o sêmen do parceiro ou de doador. Formou-se o embrião, transfere-se esse embrião para o útero da mulher e o restante da gravidez é normal.”