Lucca, J.A, Rosa V.B., Tardin R, Travain A, Schuffner A.
Objetivo: Atualmente os centros de RHA tendem a estender o cultivo embrionário até o estágio de blastocisto. Esta prática visa melhorar a seleção embrionária e consequentemente melhores taxas de gravidez. Todavia a obtenção de blastocistos não é viável em determinados casos. O objetivo desse trabalho foi avaliar retrospectivamente a obtenção de blastocistos e taxa de gravidez em diferentes faixas etárias.
Método: Foram relacionadas para esse estudo 184 pacientes que se submeteram a ciclos de fertilização in vitro no período de janeiro de 2011 a março de 2013. Os critérios de seleção foram: ciclos com oócitos frescos, sêmen ejaculado fresco, sem receptoras de oócitos e sem biópsia embrionária para análise genética. Estas foram divididas em 3 grupos etários (até 34 anos, 35 a 39 anos e 40 anos ou mais), onde foram comparados os resultados obtidos quando transferidos embriões clivando ou blastocisto. Foram comparadas as taxas de: Gravidez clínica x desenvolvimento embrionário por faixa etária; cultivo a blastocisto x faixa etária, e obtenção de blastocisto x faixa etária. Para a análise estatística utilizamos o teste exato de fisher.
Resultados: A taxa de cultivo embrionário a blastocisto para os grupos “até 34 anos”, “35 a 39 anos” e “40 anos ou mais” foi 29,1, 15,8 e 0% respectivamente. 78% das pacientes que obtiveram blastocisto tinham até 34 anos, enquanto 22% eram pacientes entre 35 e 39 anos. Não foram obtidos blastocistos em pacientes acima de 40 anos. A transferência de blastocistos resulta significativamente em mais gravidezes clínicas quando comparado a embriões em estágio de clivagem, independentemente da faixa etária (50 e 29,5% até 34 anos, 44,4 e 12,5% de 35 a 39 anos e 0 e 5,9% acima de 40 anos, respectivamente).
Discussão: A transferência de embriões cultivados até estágio de blastocisto mostrou melhores resultados de gravidez quando comparada a embriões em estágio de clivagem. Contudo em muitos casos, principalmente com pacientes em idade avançada, esta prática é inviável devido a fatores como a baixa formação de embriões e qualidade embrionária. Embora a eficiência da transferência de blastocisto seja alta, o maior viés ainda é a própria obtenção de blastocistos in vitro.
Poster apresentado no 17º Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida, em Bonito, MS.